O exemplo (Lucas: 10, 1 ao 20)
Na comunidade primitiva de Jerusalém, quando o Senhor ainda formava seus discípulos e discípulas, uma experiência de missão nos é narrada, Jesus separa um grupo de setenta pessoas e as envia a sair de Jerusalém e ir a todas as cidades e fazer missão, notamos que a ordem era para curar os enfermos e anunciar o Reino de Deus, a missão ainda deveria valorizar a experiência de depender de Deus, pois não deveriam levar nada consigo, nem bolsa, nem mochila e nem calçado, a bolsa era o lugar do dinheiro, ou seja, não era necessário levar dinheiro, a mochila era a mala de roupa e alimento, sendo assim não deveriam levar nenhuma troca de roupa e muito menos alimento, em tudo deveriam depender do Senhor. Comeriam nas casas em que fossem recebidos e seriam ajudados por famílias que jamais haviam conhecido. Desejariam paz às casas, e estas, caso não recebessem a paz desejada, ela (a paz) retornaria sobre os discípulos. O calçado era para lembrar o milagre do deserto, quando saíram do Egito rumo a Terra Prometida, as sandálias aumentavam de tamanho conforme as crianças cresciam e o solado não gastava, mostrando que não era necessário temer o quanto iriam andar. Em tudo deveriam depender do Senhor.
O que nos chama a atenção é o fato de que Jesus enviou essa comissão, como desbravadores no meio da floresta, como aqueles que vão à frente abrindo caminho, e o mais interessante, foram enviados às cidades e lugares onde o próprio Jesus depois deveria passar. E tudo isso Jesus não escondeu de seus discípulos, quando os enviou lhes disse com muita clareza: - “Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos”.
É impressionante como nossos pensamentos não como os pensamentos de Deus, os nossos são infinitamente menores.
Se Jesus ia passar por aquelas cidades e lugares, porque enviou uma comissão em missão antes de sua passagem? - Por que não há missão sem servos e servas, sem discípulos e discípulas, dispostos a irem até o confins da terra e levar a palavra de Deus. Aceitar fazer missão é aceitar ir e preparar o caminho para o Senhor passar.
Assim como nos escritos de São Paulo em suas cartas, aqui também o que se verifica é uma linguagem evangélica que leva em conta o nosso cotidiano, uma linguagem caseira, do lar. Eles estavam na dependência completa do Senhor, não tinham dinheiro, portanto não poderiam dormir nas pousadas, não tinham roupas, calçados novos e nem comida, então precisariam ser acolhidos em algum lar, em alguma casa.
É neste momento que a missão se fazia mais latente, pois em volta da mesa era anunciado que o Reino de Deus estava próximo, e de fato estava mesmo, o próprio Rei passaria por ali dentro em breve. E à medida que a “pregação” acontecia, os enfermos eram curados, os possuídos eram libertos e muitos passavam a crer, pois tudo era realizado em nome de Jesus. Eles passavam a ter comunhão no firme propósito de servirem o Reino de Deus.
Quando voltaram da missão, jubilosos foram contar ao Senhor os prodígios ocorridos. Os enfermos foram sarados. Até os demônios se submeteram a eles. Mas Jesus, sem querer tirar-lhes a alegria da conquista, mas para ampliar ainda mais a visão espiritual deles, lhes disse: - Não fiquem contentes por estas coisas, mas se alegrem porque os vossos nomes estão escritos no livro da vida.
O Desafio
No decorrer da história um dos grandes desafios da Igreja, é fazer missão, ser cordeiro no meio de lobos, e viver a vida daqueles que foram “chamados para fora”.
Os “chamados para fora”, são aqueles que foram convidados a sair de Jerusalém e levar a boa nova a toda criatura, até os confins da terra, este convite foi feito muitas vezes e permanece até hoje.
Hoje somos convidados a sair de nossas casas, do conforto de nossas salas (sofá e tv), para fazer-mos missão, visitando outras casas, entrando em outros lares, fazendo novas amizades.
Somos desafiados a levar uma palavra de conforto, de esperança e acima de tudo, anunciarmos que o Reino de Deus está próximo, e que em breve o Senhor passará por aqui.
Como vimos na experiência de Jerusalém, a missão é destinada aos lares. Não precisamos ir longe para fazer missão, basta olhar ao redor e descobriremos que em nossa rua, em nosso prédio, em nosso bairro, a muita missão para ser feita.
Precisamos como cristão que dizemos ser, sair da cômoda situação de ficar convidando as pessoas para irem a Igreja, depositando sobre os ombros do sacerdote ou dos grupos de oração o peso pela conversão de nossos familiares, amigos e vizinhos. É necessário um testemunho de vida irradiante, que arraste os corações para Cristo, para que se produzam as curas e as libertações tão necessárias para aqueles que andam longe dos caminhos do Senhor e fora do convívio dos irmãos.
Esteja atento nestes dias, vigilante em oração, pois a qualquer momento você pode ser enviado a fazer missão! E digo mais, ainda há muito espaço no livro da vida.
“Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe”, disse Jesus."
PAZ & MÚSICA!!!